23 dezembro 2010

A GEOGRAFIA MUDA

Outro dia, numa reunião pedagógica, escutei alguém afirmar que a Geografia muda à toda hora. Naquele momento, concordei em parte. A Geografia muda aos poucos.

Já em casa, refletindo sobre o assunto, percebi que a Geografia está mesmo em constante mudança, porém, a  velocidade desta mudança se altera conforme a idade que a pessoa tem. Para um aluno de 10 anos de idade  que cursa o Ensino Fundamental pode-se dizer que a Geografia muda muito pouco. Na minha idade, já beirando os 40, definitivamente ela muda um pouco mais. Já posso, inclusive, começar a afirmar que ela muda quase que constantemente, como gostam de dizer quem já tem mais de 60.

60 e poucos anos são mais de meio século de vida. Por sinal, é quase uma vida inteira. Em 60 anos, definitivamente, as coisas mudaram, e muito. Países novos foram criados e outros tantos sumiram do mapa. A População brasileira quase que quadruplicou. A paisagem urbana, então, está muito diferente daquela que existia na década de 1950. Imensas áreas verdes foram dizimadas, milhões de pessoas migraram. Houve toda uma revolução tecnológica, sobretudo nas comunicações.

Definitivamente, sábias palavras. A Geografia muda.

Todas as outras disciplinas também parecem caminhar e se modificar com o tempo. Em Ciências, por exemplo, sempre tem uma novidade: reciclagem de lixo, espécies novas descobertas, mudanças climáticas. História incorpora novas informações a todo o momento e sempre refaz leituras de si mesma.  Arte é pura criatividade abarcando sons, movimentos, modos de ver e pensar o estético. Até mesmo a Língua Portuguesa se renovou, com o novo acordo ortográfico é preciso reaprender tanta coisa de gramática.

É, o tempo não para e a Geografia vai se renovando ao longo do tempo, conforme o ritmo das idades e das transformações das sociedades.

07 dezembro 2010

LDB E EDUCAÇÃO INFANTIL

1.    Quais os níveis escolares que compõem a educação básica no Brasil?
 
A educação básica no Brasil é composta por três níveis: Educação Infantil, Ensino Fundamental (Ciclo I e Ciclo II) e Ensino Médio.

2.    Expliquem, com suas próprias palavras, a finalidade da educação infantil conforme define a LDB.
 
Segundo a LDB, é nos primeiros anos de vida que a criança começa a ser educada e, portanto, há o reconhecimento da necessidade de sua educação visando seu desenvolvimento integral, tanto nos aspectos físicos quanto intelectual e social. A função do profissional da educação infantil é educar, cuidar e brincar.
A Educação Infantil é o começo da relação aluno/escola, devendo-se respeitar o lado lúdico dessa interação. É também, o inicio do processo de sociabilização da criança e deve-se sempre preservar o brincar. A formação da criança visa sempre contribuir para sua autonomia e identidade.
 
3.    A educação infantil é oferecida em duas modalidades. Quais são elas e a que idades se destinam?
 
A Educação Infantil é separada em duas modalidades: creches com crianças de 0 a 3 anos e pré escola com crianças de 4 a 5 anos e onzes meses de idade.

4.    Por que atualmente falamos na educação infantil voltada para as crianças de 0 a 5 anos e 11 meses?
 
A partir da Lei 11.274/2006, que alterou a LDB (Lei 9394/96), a duração do ensino fundamental passa de oito para nove anos, transformando o último ano da educação infantil em primeiro ano do ensino fundamental. Na prática, o que ocorreu foi que o chamado “Pré” da Educação Infantil passou a fazer parte do Ensino Fundamental, sendo agora o 1º ano deste ciclo.
O desenvolvimento da criança constituiu-se num excepcional processo de assimilação do que “vê, ouve e vive”, mas é necessário que ela esteja madura para iniciar seu processo de aprendizagem escolar.

5.    Expliquem com suas palavras: “Na educação infantil a avaliação far-se-á [...] sem o objetivo de promoção, mesmo para o acesso ao ensino fundamental”.
 
Na Educação Infantil a avaliação deverá ser feita através da observação e compreensão do dinamismo presente no desenvolvimento infantil. Essa compreensão influenciará diretamente na qualidade da interação dos professores com a infância. O conhecimento de uma criança é construído em movimento de idas e vindas, portanto, é fundamental que os professores assumam seu papel de mediadores na ação educativa; mediadores que realizam intervenções pedagógicas no acompanhamento da ação e do pensamento individualizado infantil.

28 novembro 2010

QUAL A IMPORTÂNCIA DA LITERATURA INFANTIL?

Podemos afirmar que a literatura infantil ajuda a criança a entender melhor seus próprios sentimentos e sua relação com o mundo, pois trabalha questões próprias da infância como sentimentos de inveja e carinho, medos, dores e perdas. Além de trabalhar com o desenvolvimento emocional da criança, a leitura melhora a capacidade de expressar melhor suas idéias.

Devido aos exemplos citado acima, a Literatura Infantil deve ou deveria ser mais difundida e estimulada tanto nas escolas quanto em casa. Mas o que se percebe é que as crianças costumem ler muito mais por obrigação do que por interesse próprio. As causas para isto se devem tanto pela falta de exemplo em casa quanto pela falta de preparo de muitos professores.

A literatura infantil é importante também porque a criança passa a interagir com as histórias. Ao realizar a leitura com seu filho, muitas coisas que passam despercebidas pelo leitor, fixam-se na memória de quem escuta, como detalhes de personagens e passagens das narrativas permitindo um diálogo e questionamentos, melhorando, inclusive, as relações familiares. Ouvir histórias aperfeiçoa a capacidade imaginativa das crianças, pois estimula ações como pensar, desenhar, inventar e reinventar.

Portanto, podemos concluir que a literatura infantil é primordial para o desenvolvimento das crianças, tanto cognitivo quanto emocional, estimula a imaginação, a criatividade e a interação com as pessoas. Deveria, portanto, ser cada vez mais estimulada tanto em casa quanto nas escolas.

30 outubro 2010

Alfabetização e Letramento: finalidades do processo educativo

No decorrer da História da educação e, particularmente da História da Educação Infantil, houve uma evolução muito grande na forma de se educar, de se ensinar e de se lidar com as crianças. Se antigamente a criança era vista apenas como um adulto em miniatura, atualmente as coisas são bem diferentes.

Dentro do processo de alfabetização, inúmeras descobertas ocorreram no mundo todo. Hoje se sabe, inclusive, como as crianças aprendem e quais os métodos que facilitam a sua aprendizagem. Não basta que as crianças sejam alfabetizadas, ou seja, que aprendam a decodificar um sistema de signos para a leitura e a escrita, é necessário que haja também o letramento, ou seja, que a criança saiba como aplicar funcionalmente em sociedade estes conhecimentos de leitura e escrita.

Pesquisas demonstram que quando se alia alfabetização e letramento, a criança quando adulta tem maiores chances de se tornar realmente atuante em sociedade e podemos afirmar que esta é uma das finalidades principais, senão a principal, da Educação.

09 outubro 2010

Pato Fu - Música de Brinquedo

O universo experimental do Pato Fu nunca me chamou a atenção. Porém, seu último trabalho, onde literalmente o grupo brinca com músicas que fizeram enorme sucesso, o grupo ganhou a minha simpatia. Uma enorme diversão.


22 setembro 2010

A CONCEPÇÃO ATUAL DO PROFISSIONAL PARA ATUAR NA EDUCAÇÃO INFANTIL

O profissional que lida com a Educação Infantil vem enfrentando várias mudanças no processo de como educar os alunos. Se na Idade Média, a criança era vista como um adulto em miniatura e logo que possível passava a fazer parte do mundo do trabalho, hoje as coisas não são mais assim. Atualmente a criança é muito valorizada na nossa sociedade e existem políticas e práticas pedagógicas voltadas para o seu pleno desenvolvimento. Em outras palavras, a criança ocupa um lugar importante em nossa sociedade, levando em consideração suas características e fases de desenvolvimento.

Dessa forma, a formação inicial do profissional que vai atuar na Educação Infantil é muito importante. É necessário que ele conheça e aprenda sobre as fases de desenvolvimento da criança, buscando entender as características psicológicas, motoras e cognitivas delas. Deve Saber quais os tipos de atividades devem ser aplicadas em cada faixa etária, buscando um desenvolvimento pleno e sadio de cada criança.

As sociedades estão em constante evolução. Aspectos que eram importantes para as sociedades antigas, hoje podem ser considerados irrelevantes. As sociedades mudam e com isso existe a necessidade de que o profissional da Educação Infantil esteja em constante aperfeiçoamento e atualização para melhor responder às expectativas da sociedade moderna. A sociedade atual é diferente da sociedade de 50 anos atrás. Hoje o consumismo e a mídia estão ao alcance da maioria da população, as crianças tem a influência da televisão desde muito pequenas e chegam às escolas com uma bagagem enorme de conhecimentos. Tudo isto deve ser levado em consideração no momento que o professor aplica suas situações de aprendizagens, visando resultados mais positivos.

Para atuar na Educação Infantil não basta o profissional gostar de crianças. É necessário que ele conheça a fundo os estágios de desenvolvimento das mesmas e, sobretudo, conheça as diversas atividades, brincadeiras, jogos que podem ser aplicadas em cada momento da vida de uma criança. É necessário que o profissional tenha a sensibilidade de entender que as crianças mesmo estando na mesma faixa etária podem ter desenvolvimento desigual e, portanto, podem precisar de um trabalho diferenciado. É necessário que o futuro profissional entenda que as crianças desenvolvem tanto os aspectos cognitivos e motores quanto os aspectos sociais, emocionais e psicológicos, necessitando também de uma ação conjunto entre familiares, gestores e educadores.

O comprometimento profissional se faz muito importante neste período tão importante da vida de uma pessoa. Desde a creche até as escolas de educação infantil é necessário ter profissionais dedicados e comprometidos para que a crianças cresça e se desenvolva de maneira equilibrada e feliz, alcançando todas as suas potencialidades de forma plena para que se tornem adultos produtivos e ajustados socialmente.

08 setembro 2010

Um encontro com a nossa Infância para entendermos o “Ser Criança”

1-Do que você gostava de brincar quando era criança?

Eu gostava de brincar de tanta coisa: queimada, vendia de doces, passeio ao Simba Safari, médico, carrinhos, bicicleta, trenzinho, zoológico. Porém, uma das coisas que eu mais gostava de brincar era com os carrinhos na areia que eram transportados por balsa.

2- Como era realizada essa brincadeira?

Como meu pai estava construíndo nossa casa, sempre tinha um canteiro de areia. Eu adorava construir caminhos e estradas pela areia por onde os carros passavam, até que chegavam a um rio, onde eu mesmo colocava água (imitando). Meu pai era dono de um mercado de bairro, então eu pegava uma caixa de refrigerante feita de madeira e virava de cabeça para baixo, transformando-a em uma balsa. Fazia uma fila imensa de carrinhos para entrar na balsa. Colocava um a um bem alinhados e enfileirados e assim a balsa os levava até a outra margem, onde eram descarregados.

3- Com que brinquedos você brincava?

Muitos carrinhos e caminhões cegonhas. Eram carrinhos pequenos, de plástico, bem simples, o mais importante era a quantidade tinha que ser grande senão não tinha graça. O canteiro de areia não deixava de ser outro brinquedo, assim como as caixas de refrigerante feitas de madeira, a imaginação e a muitas coisas e objetos se transformem em brinquedos.

4-Com quem você brincava?

Geralmente brincava com meu irmão e quando meus primos vinham em casa, brincava com eles também. A gente trocava informações, com um primo mais velho aprendi a colocar água, construir morros e usar galhos e gravetos como pequenas árvores. Às vezes, meus primos ou meu irmão enjoavam e, como eu adorava, brincava sozinho também.

5- Por que gostava “daquela” brincadeira?

Porque eu imaginava as viagens que fazia com minha família. Íamos muito para Bertioga e sempre atravessávamos a balsa que sai do Guarujá. Naquela época, 30 anos atrás, havia sempre muita fila, pois era o único caminho para chegar até lá. A fila contornava morros e florestas, mas o que me encantava mesmo era a organização dos carros na balsa, sempre enfileirados e organizados. Aquele monte de carro em cima de uma balsa atravessando um rio, sem nunca ter acontecido um acidente, era reconstruído nas minhas brincadeiras, sentia quase que a mesma sensação de medo que algo de errado viesse a acontecer. Nas minhas brincadeiras, algumas pequenas tragédias sempre ocorriam (risos).

6- Em sua opinião, qual a importância da brincadeira nos espaços das escolas de Educação Infantil?

Através das brincadeiras, as crianças liberam a imaginação. Podem criar situações novas, diferentes ou muito próximas da realidade que vive, portanto desenvolve o raciocínio lógico. Inventam estórias e participam ativamente delas. Vivenciam situações imaginárias como se fossem verdadeiras, com a vantagem de estarem sob controle. Além disso, permite que a criança interaja com outras crianças, trocando informações, aprendendo e ensinando coisas novas, trabalhando a interação e a afetividade. Nas brincadeiras, coisas e objetos podem se transformar em alegorias, basta usar a criatividade. O uso do corpo trabalha a coordenação motora e a rapidez de reações. Em outras palavras, a brincadeira é muito importante nos espaços da Escola Infantil porque desenvolve a criança como um todo, tanto nos aspectos cognitivos, quanto motoras e emocionais.

29 agosto 2010

O poder da mídia na infância de hoje

Para a realização desta pesquisa/atividade, estarei me baseando no artigo “Descortinando o conceito de infância na História: do passado a contemporaneidade” escrito por Sandro da Silva Cordeiro e Maria das Graças Pinto Coelho, ambos da Universidade Federal do Rio Grande do Norte.

Particularmente, escolhi este artigo por dois motivos básicos. O primeiro, devido a sua forma direta e didática em abordar o assunto dividindo em dois momentos principais “Falando sobre a Infância de ontem...” e “A infância de hoje: espaço de inúmeras acepções”. O segundo motivo deve-se à sua visão bem atual da infância ligada à mídia e ao mundo do consumo, que acaba esclarecendo muitas questões que já foram desenvolvidas ao longo do fórum pelos meus colegas de curso.

Procurei selecionar apenas os itens mais importantes e mesmo assim acabou ficando um pouco longo, visto que o próprio artigo chegava a quase dez páginas.


A Infância de Ontem

“É bem verdade que a infância sempre existiu desde os primórdios da humanidade, mas a sua percepção enquanto construção e categoria social, dotada de uma representação é sentida a partir dos séculos XVII e XVIII (...).

Recorrendo-se a definição da palavra infância, oriunda do latim infantia, significa “incapacidade de falar”. Considerava-se que a criança, antes dos 7 anos de idade, não teria condições de falar, de expressar seus pensamentos, seus sentimentos. Desde a sua gênese, a palavra infância carrega consigo o estigma da incapacidade, da incompletude perante os mais experientes, relegando-lhes uma condição
subalterna diante dos membros adultos. Era um ser anônimo, sem um espaço determinado socialmente (...).

Ao serem representadas, principalmente através de pinturas, geralmente aparecia numa versão miniatura do adulto (...). Até este período, seguindo uma forma de organização social da família tradicional, a fase da “infância” tinha uma curta duração, restringindo-se apenas a sua etapa de fragilidade física. Ao adquirir uma certa independência, era imediatamente conduzida ao convívio adulto, compartilhando de seus trabalhos e jogos, sem estar plenamente preparada física e psicologicamente para tanto (...).

Com o estabelecimento de uma nova ordem social, em fins do século XVII, são notadas algumas mudanças consideráveis alterando a estrutura até então em vigência. Com isso, sentiu-se a necessidade da criação de escolas, (...), a fim de
dominarem a leitura, a escrita e a aritmética, como mais um dos artifícios de preparação para a vida adulta. A escola passou a substituir a aprendizagem obtida empiricamente pela observação dos mais experientes, deixando de aprender a vida diretamente. O advento da escola moderna está atrelado ao surgimento de um
novo sentimento do adulto para com as crianças, implicando em cuidados especiais (...).

Com o apogeu da Revolução Industrial, ocorrido entre os séculos XVIII e XIX, foi direcionado um novo olhar sobre a infância. Estas passaram a ser vista como tendo um valor econômico a ser explorado. A urgência por mão-de-obra provoca o não cumprimento dos direitos infantis de acesso à escola, levando as crianças novamente ao mercado de trabalho, submetidas às explorações em nome dos ditames econômicos (...).

Delimitamos entre os anos de 1850 a 1950 como o momento do ápice da infância tradicional. Com o desenvolvimento das ciências humanas (...), as crianças passaram a ser retiradas das fábricas e novamente inseridas em contextos promotores
de aprendizagens sistematizadas (...). Com a consolidação do protótipo de família em fins do século XIX, a responsabilidade dos genitores passou a assegurar mais responsabilidades com o bem-estar das crianças, garantindo os direitos
que lhes assistem e maiores cuidados físicos. A noção de infância, agora, passa pelo crivo dos conceitos técnicos e científicos (...).


A infância de hoje

Segundo estudos realizados por Pfromm Netto, as crianças têm interesse pela televisão a partir dos seis meses de vida, passando a assistir com maior regularidade a programação por volta dos dois ou três anos de idade (...). Quando uma criança inicia o seu processo formativo na escola, leva consigo uma bagagem de conhecimentos inestimável, adquirida através das várias horas passadas em frente ao televisor (...). A escola, muitas vezes, despreza esses conhecimentos prévios, trabalhando com informações totalmente descontextualizadas dessa realidade. Isso provoca um distanciamento entre as práticas educativas e as vivências infantis concentrando, em parte, a aversão dos alunos à escola (...).

Além disso, convém ressaltar um outro agravante, uma característica tipicamente desenvolvida pela sociedade contemporânea: a individualização dos sujeitos. Aprisionados pelas suas rotinas profissionais, os pais acabam enclausurando as crianças em casa, de modo a permanecerem sozinhas. A televisão, estruturada com seus poderosos apelos comerciais, acabam invadindo a vida das crianças e se
agregando na própria constituição, ditando valores, regras, modismos, formas de encarar e atuar no mundo. Todo esse movimento é desenrolado e incorporado, sem a devida filtragem, pois as crianças não dispõem do contato com pessoas mais experientes (...).

Nesta perspectiva, (...) a infância deixa de ser uma fase natural da vida humana sendo, agora, um artefato construído, autorizado e ditado pela mídia. Esta, por sua vez, recria esta imagem da criança livre, protegida, feliz, deturpando e camuflando a verdadeira face da realidade. O que temos, na verdade, não passa de um simulacro da infância (...).

A criança contemporânea amadurece precocemente, dada as estimulações ofertadas no meio circundante. De notável inteligência e criatividade, precisam ser ouvidas e consideradas como parte integrante da sociedade. Mesmo tendo adquirido uma certa independência desde cedo, é inestimável o apoio, a proteção e o contato do adulto, auxiliando-a nas suas escolhas, na constituição dos princípios e valores baseados na justiça e na solidariedade, proporcionando a construção de um olhar crítico frente o
mundo que nos envolve (...).

Desse modo, cabe ao educador compreender a trajetória de desenvolvimento do conceito de infância e as suas atuais determinações em nossos dias, que encontra suas influências nos elementos da cultura e nos aportes midiáticos. Essa medida auxilia no oferecimento de uma educação imbuída de criticidade e capaz de trazer às crianças todas as oportunidades disponíveis para o seu crescimento, seja
físico, social e intelectual. Somente assim, estaremos preparando nossas crianças para viverem esses novos tempos que se anunciam, carregados de novas necessidades, novas aspirações, novos desejos e novos desafios (...)”.


Minha Opinião

Já foi muito bem debatida a questão da infância de ontem neste fórum. Os diversos textos pesquisados pelos meus colegas de curso revelam o que também encontrei no artigo que estudei. Antigamente a criança era vista como um adulto em miniatura e logo que possível era conduzida ao convívio adulto, inclusive no mundo do trabalho. Perdendo assim, a sua “real” infância.

Na pesquisa que realizei, os autores Cordeiro e Coelho estudaram a influencia da mídia e da sociedade de consumo na vida das crianças atualmente e descobriram que hoje a criança é produto da mídia. A falta de tempo dos pais para educar seus filhos, acabou criando crianças com valores, regras, modismos e formas de ver a vida ditadas pela televisão.

As crianças já chegam à escola com uma bagagem enorme de conhecimentos obtidos através da televisão. A escola não consegue competir com esta mídia e acaba se tornando desinteressante. As crianças chegam à escola como mini-consumidores.

É preciso rever conceitos, é preciso rever a forma com grande influencia da mídia que nossas crianças estão sendo criadas. É necessário desenvolver uma criança mais crítica que não aceite apenas a visão da televisão. Esse trabalho é muito difícil, pois nossos jovens não querem mais refletir e pensar. Eles querem as coisas já prontas, como se tudo viesse embalado para consumo e com um toque no botão liga/desliga as coisas passassem a funcionar.

Aprender requer concentração, (muito) tempo de estudo para leituras, discussões e realização de atividades e exercícios e isso não se faz apenas com o toque de um botão, nem se pode comprar num shopping ou supermercado. Muitas de nossas crianças só querem o que é dinâmico e de consumo rápido e nem tudo é assim. É preciso rever nossas formas de criá-los para que percebam que existe também um tempo mais lento, um tempo de reflexão, de dedicação aos estudos, o tempo para a aprendizagem nem sempre é dinâmico e exige paciência. Porém, o mundo moderno parece ter aversão à paciência, o que tem feito nossos jovens ficarem doentes quando buscam o refugio no mundo das drogas.

Professores e educadores sabem da existência e necessidade desse tempo mais lendo para a aprendizagem e reflexão e tentam colocá-lo em pratica nas salas de aula nas situações de aprendizagem. Porém, esta prática parece tão distante da realidade da criança de hoje e o conflito se torna inevitável, sobretudo, quando esta criança passa a ter voz ativa e poder de decidir diante de pais que não conseguem mais impor limites.

Este é certamente um dos grandes dilemas do mundo atual: como conciliar tempos tão dispares? Como conciliar o mundo tecnológico e dinâmico com o mundo da paciência e da concentração? Sabemos que a concepção de infância hoje é diferente da de antigamente, assim sendo, as crianças devem se adaptar à escola ou a escola que deve se adaptar á realidade de infância que temos hoje?


Fonte: http://www.faced.ufu.br/colubhe06/anais/arquivos/76SandroSilvaCordeiro_MariaPintoCoelho.pdf

06 julho 2010

Um exemplo de PLANO DE AULA
O plano de aula é um instrumento muito importante para que se consiga dar uma boa aula. Através dele o professor planeja todas as etapas de uma aula: Início, meio e fim. O plano de aula é um norteador dos caminhos a serem seguidos para que se consiga atingir o objetivo final que é a real aprendizagem do aluno.


1. NÍVEL DE ENSINO: 4ª série do Ensino Fundamental (crianças entre 8 e 10 anos de idade).
2. CONTEÚDO:a. Conceitual: Trabalhar com os alunos, o conceito de Perímetro (Matemática). Análise do que vem a ser Perímetro, identificação de suas idéias principais, relação com conceitos matemáticos já conhecidos. Sistematização e elaboração de informações sobre o conceito de perímetro.b. Procedimental: Ações para o entendimento e fixação do conceito de perímetro, através de leituras, desenhos e pinturas, observações e cálculos.c. Atitudinal: Realização das atividades de forma independente e com esforço próprio; Cooperação com o grupo, ajudando os colegas com dificuldades; Participação das tarefas escolares e de casa.
3. OBJETIVOS:a. Objetivo Conceitual: O aluno deverá ser capaz de entender o conceito de perímetro, identificando suas idéias centrais e relacionando com outros conceitos já conhecidos. Dessa forma saberá explicar de forma objetiva o conceito, dando exemplos e realizando exercícios.b. Objetivo Procedimental: O aluno deverá ser capaz de definir, de forma oral e/ou escrita, o conceito de perímetro a partir de explicações dadas pelo professor e leituras realizadas no livro didático. Fará observações de diversas figuras geométricas e desenhará em seu caderno, entendendo as diversas formas que os perímetros se apresentam. Fará exercícios de fixação através de cálculos de perímetro.c. Objetivo Atitudinal: O aluno deverá aprender o conceito de perímetro com esforço próprio, prestando atenção nas aulas e realizando atividades e exercícios propostos pelo professor. Se estiver com dificuldades deverá pedir ajuda ao professor ou mesmo aos colegas de classe. Quando um colega solicitar ajuda, deverá tentar explicar o conteúdo de forma clara, tentando sanar a dúvida do mesmo, porém deixando que o mesmo se esforce para conseguir completar por conta própria uma atividade ou exercício.
4. DESENVOLVIMENTO/METODOLOGIA:a. Atividades: Inicialmente os alunos deverão pintar uma cópia em preto e branco de uma tela da artista Tarsila do Amaral. Posteriormente o professor levará uma cópia colorida da tela original e irá explicar a importância desta importante artista plástica brasileira. Em seguida, o professor irá analisar a tela junto com os alunos e pedirá aos mesmos que identifiquem as figuras geométricas existentes (círculos, retângulos, quadrados, etc.) enquanto anota na lousa. Posteriormente, o professor vai pedir para os alunos compararem as figuras geométricas e questionar a existência de diferentes tamanhos para uma mesma figura. Então perguntar aos alunos o porquê da diferença de tamanhos, o que faz um triângulo, por exemplo, ser maior que o outro. Dessa forma, o professor introduz o conceito de perímetro possibilitando aos alunos entenderem que ele se aplica a qualquer figura geométrica. O professor, então, irá medir com uma fita métrica o perímetro de algumas figuras e ensinar como se faz o cálculo do perímetro e realizar alguns exercícios de fixação.b. Recursos: Cópias de telas da artista plástica Tarsila do Amaral, cópias de telas em preto e branco a serem pintadas, giz, lousa, lápis de cor, caderno e lápis, fita métrica.
5. AVALIAÇÃO: Os alunos serão acompanhados sistematicamente através de fichas de observação, provas/testes/exercícios e elaboração de um porta-fólio.
6. BIBLIOGRAFIA: Livros didáticos de matemática referentes ao assunto abordado específico para a 4ª série do Ensino Fundamental; Livros de arte com obras da artista plástica Tarsila do Amaral; Sites da internet com conteúdo complementar sobre o conceito abordado.

19 junho 2010

Alunos da E. E. Barnabé vão ao teatro

No dia 8 de junho de 2010, cerca de 200 alunos da Escola Barnabé foram ao Teatro do Sesc Santos para assistir a peça "Contos de Mulheres Sábias". O espetáculo faz parte do Projeto "Cultura é Currículo" promovido pela Secretaria Estadual da Educação.









Os alunos foram acompanhados pelas professoras: Marta (Língua Portuguesa), Hilda (Ciências), Mônica (Matemática), Maria do Céu (Língua Portuguesa), Maria Alice (Inglês), Lucíola (História), Neide (Arte), Maria Lina (Geografia) e Dayane (História), além da servente Doralice, mais conhecida como Dora. O passeio foi organizado pelo Coordenador Marcelo Suwabe da E. E. Barnabé.


Agradecimentos especiais:

-> Ao PCOP de Arte, Eduardo, da Diretoria de Ensino;
-> À diretora da E. E. Barnabé, Dona Irani Romano;
-> À vice-diretora, Dona Sandra Verrillo.


Parabéns a todos os alunos que participaram do Projeto e foram ao Teatro. Continuem se esforçando e se empenhando sempre.



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03 junho 2010

A Teoria de Henri Wallon sobre a Aprendizagem

Seguindo a Teoria de Wallon, existe uma série de atitudes que o professor deve tomar para auxiliar as crianças e oferecer condições favoráveis à aprendizagem. A primeira delas é pensar em sua formação integral, abrangendo os aspectos intelectuais, afetivo, motor e social que são os quatro elementos básicos que se comunicam o tempo todo no processo de formação do ser humano.

Henri Wallon da um enfoque interacionista ao desenvolvimento da criança tendo como base as predisposições genéticas e os fatores ambientais. Para ele “é a cultura que determina o que a criança precisa aprender e como, para se adaptar à sociedade”. O desenvolvimento do ser humano é um processo constante, contínuo de transformação, havendo sempre uma reorganização qualitativa do que se aprendeu.

A aprendizagem na criança se da inicialmente através de atividades naturais e espontâneas que são os primeiros recursos de interação com o mundo. Outros recursos são desenvolvidos para responder às exigências da cultura e serão mais bem sucedidas se respeitadas as características motoras, afetivas e cognitivas naturais de cada criança. A presença do outro é primordial para se humanizar e se transformar. Para Wallon, “aprender é diferenciar, portanto o ensino deve oferecer pontos de referência”.

Wallon elabora com esses pressupostos, a sua Teoria do Desenvolvimento que está dividida nos seguintes estágios: Estágio impulsivo-emocional (de 0 a 1 ano de idade), quando a aprendizagem se sobrer o próprio corpo; Estágio sesório-motor e projetivo (de 1 a 3 anos de idade), quando a aprendizagem se da através da manipulação dos objetos; Estágio Personalismo ( de 3 aos 6 anos de idade), a criança aprende pela oposição ao outro; Estágio Categorial (dos 6 aos 11 anos de idade), onde a aprendizagem se da através da descoberta de diferenças e semelhanças entre objetos, imagens, idéias e representações e Estágio da adolescência (a partir dos 11 anos de idade), quando o recurso principal da aprendizagem volta a ser a oposição ao outro, aprofundando-se idéias, sentimentos e valores.

Para a organização das atividades escolares, Wallon chama a atenção para três aspectos importantes: a Solidariedade, valor que visa o bem-estar de todos e é, essencial para a convivência e sobrevivência humana. A dimensão temporal das atividades, onde a aprendizagem de cada criança segue sempre em direção ao futuro, porém em ritmos diferentes, conforme as condições orgânicas e sociais de cada uma delas em cada momento. E finalmente, a dimensão espacial, onde é preciso que a criança tenha espaço suficiente que permita liberdade de movimentação de forma confortável.

Para Wallon é preciso lembrar sempre que “a aprendizagem e o ensino, juntos, formam um processo único que se caracteriza por movimentos de fluxo e refluxo, de idas e voltas, de certezas e incertezas, de decisão e indecisões”. Cabe ao professor acolher as manifestações motoras e afetivas dos alunos e desenvolver a auto-estima dos alunos como um sentimento de ser capaz de realizar as atividades propostas. Para Wallon, trabalhar a auto-estima significa fazer com que o aluno “aprenda, perceba que aprendeu, sinta orgulho de ter aprendido e, a partir daí, sinta-se capaz de aprender mais”.

10 maio 2010

Direito Autoral

1) O que é direito autoral?

Direito Autoral é o direito de autor e os que lhes são conexos.


2) Qual o nº da lei que regulamenta o direito autoral no Brasil?

A lei que regulamenta o direito autoral no Brasil é a Lei Nº 9.610, de 19 de fevereiro de 1998.


3) O que é necessário para reproduzir trechos ou a obra de outra pessoa?

Para se reproduzir trechos ou a obra de outra pessoa é necessária a autorização prévia e expressa do autor.


4) Explique o conceito de Pirataria Intelectual?

Trata-se de Pirataria Intelectual, a utilização e reprodução não autorizadas de obras intelectuais (marcas, patentes e obras literárias, artísticas e científicas) com finalidade de lucro, podendo gerar bilhões de prejuízos aos titulares dos direitos e aos mercados estabelecidos.


5) Quais punições são previstas para quem reproduz ilegalmente uma obra?

No Brasil, além da pena de reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa, e da apreensão da totalidade dos bens ilicitamente produzidos ou reproduzidos, existe também a possibilidade de apreensão dos equipamentos, suportes e materiais que possibilitaram a sua existência, desde que se destinem à prática do delito.

Na esfera cível, o infrator estará sujeito ao pagamento de indenização que pode chegar até ao valor de 3.000 (três mil) exemplares por título reproduzido ilegalmente, além dos apreendidos.


6) Um livro com edição esgotada pode ser reproduzido independente de autorização?

Reprodução é a cópia de um ou mais exemplares de uma obra literária, artística ou científica. Contrafação é a cópia não autorizada de uma obra. Sendo assim, toda reprodução é uma cópia. E cópia sem autorização do titular dos direitos autorais e/ou detentor dos direitos de reprodução constitui contrafação, ato ilícito civil e penal.

Fonte (Questões 1, 2 e 3): http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L9610.htm
Fonte (Questões 4, 5 e 6): http://www.abdr.org.br/faq.html

2) Resuma em até 500 palavras o artigo “Direitos autorais na Internet” de autoria de Plínio Martins Filho, disponível no site Scielo, no seguinte endereço eletrônico:

Em seu artigo “Direitos autorais na internet”, Plínio Martins Filho explica que os direitos autorais se referem ao patrimônio imaterial que é a principal característica da propriedade intelectual, estando presentes nas produções artísticas, culturais, científicas, entre outras. Como as obras intelectuais se difundiram pelos meios de comunicação mundo afora nasceu a necessidade de se proteger os direitos autorais.

No Brasil, a Lei 9610 de 19 de fevereiro de 1998 alterou, atualizou e consolidou a legislação sobre os direitos autorais, que se refere aos direitos de autor e os que lhes são conexos (artistas, intérpretes, produtores fonográficos, executantes etc.).

Martins Filho afirma que a grande expansão da internet gerou grandes debates a cerca da regulamentação dos materiais que circulam por ela, uma vez que qualquer pessoa pode acessá-las. De qualquer forma, as obras intelectuais, sejam livros, vídeos, filmes, fotos, ente outros não perdem seus direitos à proteção mesmo quando digitalizadas.

Todo material na internet que apresente originalidade e criatividade não pode ser utilizado ou reproduzido sem prévia autorização. Porém, assim como a cópia xerográfica é utilizada ilegalmente em instituições educacionais, muito material digitalizado é manipulado na internet sem conhecimento de seus autores, burlando-se a lei dos direitos autorais.

Faz-se assim necessário a criação de legislação especifica para a internet, um código universal que seja plenamente funcional.


Explique os seguintes tipos de citações:

a) Citação Direta ou Textual:

“Quando há uma cópia literal, é uma citação textual ou direta, isto é, uma transcrição de textos de outros autores. Reproduzimos literalmente a palavra do autor, respeitando todas as características de redação, ortografia e pontuação do texto original. E, quando a citação for no corpo do texto, devemos transcrever a palavra do(a) autor(a) utilizando "aspas"” .

b) Citação Indireta ou Conceitual:

“Esta forma ocorre quando o autor do texto (quem está escrevendo) reproduz as idéias e as informações de um determinado documento sem transcrever as palavras do autor do texto original. Isto é, ocorre quando lemos um determinado texto, entendemos e escrevemos com as nossas palavras, dando a referência do autor utilizado. Ou quando fazemos paráfrase”.

Fonte: www.unimep.br/~gmarques/referenciabibliocitacoes.doc

25 abril 2010

Pedagogia da Autonomia - Paulo Freire

Paulo Freire inicia seu livro "Pedagogia da Autonomia" com algumas reflexões sobre a questão da educação. Retoma assuntos já tratados em outros momentos, repensa alguns tópicos que já escreveu anteriormente. Um deles é o fato de acreditar que o ser humano é um ser inconcluso, que está em constante movimento e este é um dos eixos que perpassa em vários momentos nesta importante obra. No primeiro capítulo do livro, intitulado "Não há docência sem discência", Freire afirma que o professor no ato de ensinar também aprende e o aluno no ato de aprender também ensina. Educandos e educadores precisam ser "criadores, instigadores, inquietos, rigorosamente curiosos, humildes e persistentes". O educando precisa ser o sujeito da construção e da reconstrução do conhecimento.

Em "Ensinar não é transferir conhecimento", segundo capítulo do livro, Paulo Freire reflete sobre algumas questões importantes: O respeito à autonomia do educando, o fato do professor não poder ser autoritário demais e nem licencioso demais; A necessidade do uso do bom senso em sala de aula, respeitando a autonomia, a dignidade e a identidade do educando; E a importância do respeito à curiosidade de quem aprende, pois é ela que faz as coisas se movimentarem. A inquietação que leva o educando a buscar respostas e, portanto, aprender.

Finalmente, no último capítulo do livro, "Ensinar é uma especificidade humana", Freire levanta as questões da competência profissional, da segurança no ato de ensinar e da necessidade de se ter generosidade para com o aprendiz. A especificidade do ato de ensinar, como particularidade do ser humano, aparece no momento que a educação é vista como uma forma de "intervenção no mundo". Através da educação podem-se questionar os valores dos grupos dominantes da sociedade e dizer não aos "fatalismos quiestistas". Ao término da leitura do livro de Paulo Freire, pode-se chegar à conclusão de que, por ser inconcluso, o ser humano está em constante movimento. Este movimento se dá através da educação que é estimulada pelo educador, que coloca o educando como ser autônomo, instigando sua curiosidade em busca de aprender com a própria prática e intervindo em sua realidade. O ato de poder intervir em sua realidade que faz o ser humano se tornar ser humano.

11 abril 2010

Análise Crítica sobre Legislação para Alunos com Necessidades Especiais



1- Quais são as diferenças entre o professor capacitado e o professor especializado?

Segundo a Resolução CNE/CEB Nº 2, São considerados professores capacitados para atuar em classes comuns com alunos que apresentam necessidades educacionais especiais aqueles que comprovem que, em sua formação, de nível médio ou superior, foram incluídos conteúdos sobre educação especial adequados ao desenvolvimento de competências e valores para:
I – perceber as necessidades educacionais especiais dos alunos e valorizar a educação inclusiva;
II - flexibilizar a ação pedagógica nas diferentes áreas de conhecimento de modo adequado às necessidades especiais de aprendizagem;
III - avaliar continuamente a eficácia do processo educativo para o atendimento de necessidades educacionais especiais;
IV - atuar em equipe, inclusive com professores especializados em educação especial.

São considerados professores especializados em educação especial aqueles que desenvolveram competências para identificar as necessidades educacionais especiais para definir, implementar, liderar e apoiar a implementação de estratégias de flexibilização, adaptação curricular, procedimentos didáticos pedagógicos e práticas alternativas, adequados ao atendimentos das mesmas, bem como trabalhar em equipe, assistindo o professor de classe comum nas práticas que são necessárias para promover a inclusão dos alunos com necessidades educacionais especiais.
Os professores especializados em educação especial deverão comprovar:
I - formação em cursos de licenciatura em educação especial ou em uma de suas áreas, preferencialmente de modo concomitante e associado à licenciatura para educação infantil ou para os anos iniciais do ensino fundamental;
II - complementação de estudos ou pós-graduação em áreas específicas da educação especial, posterior à licenciatura nas diferentes áreas de conhecimento, para atuação nos anos finais do ensino fundamental e no ensino médio;



2- Como a Libras é tratada nos documentos?

A Resolução CNE/CEB Nº 2, de 11 de setembro de 2001, institui diretrizes para o atendimento escolar de alunos que apresentam necessidades educacionais especiais, dentro da Educação Básica. Dentre os vários grupos que são citados como educandos com necessidades educacionais especiais, encontram-se aqueles que possuem dificuldades de comunicação e sinalização diferenciadas dos demais alunos, demandando a utilização de linguagens e códigos aplicáveis.Desta forma, deve ser assegurada, no processo educativo, a acessibilidade aos conteúdos curriculares, mediante a utilização de linguagens e códigos aplicáveis, como o sistema Braille e a língua de sinais. Tudo em consonância com os princípios da educação inclusiva.

Em 22 de abril de 2002, a Lei Nº 10.436 dispõe sobre a Língua Brasileira de Sinais, Libras, reconhecendo-a como meio legal de comunicação e expressão, entendendo-a como um sistema lingüístico de natureza visual-motora, com estrutura gramatical própria e constituindo-se como um sistema lingüístico de transmissão de idéias e fatos, oriundos de comunidades de pessoas surdas no Brasil. O poder público em geral e as empresas concessionárias de serviços públicos devem garantir formas institucionalizadas de apoiar o uso e difusão da Libras, que passa a fazer parte dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs).

O Decreto Nº 5.626, de 22 de dezembro de 2005, dispõe sobre a Língua Brasileira de Sinais orientando sobre: a sua inclusão como disciplina curricular; a formação de professores e instrutores de Libras; o uso e a difusão da Libras e da Língua Portuguesa para o acesso das pessoas surdas à educação; a formação de tradutores e intérpretes de Libras-Língua Portuguesa; a garantia do direito à educação e à saúde das pessoas surdas ou com deficiência auditiva.



3 - Existe garantia do uso da LIBRAS para o aluno surdo?

A partir do Decreto Nº 5.626, de 22 de dezembro de 2005, a Libras passa a ser disciplina obrigatória nos cursos de formação de professores para o exercício do magistério, em nível médio e superior. Os sistemas e as instituições de ensino da educação básica e superior devem incluir o professor de Libras em seu quadro de magistério. As instituições federais de ensino responsáveis pela educação básica devem garantir a inclusão de alunos surdos ou com deficiência auditiva em escolas e classes de educação bilíngüe, na educação infantil e em escolas bilíngües ou escolas comuns para os anos finais do ensino fundamental, ensino médio e ensino profissional. Devem também proporcionar, aos mesmos, serviços de tradutor e interprete de Libras-Língua Portuguesa em sala de aula e outros espaços educacionais, bem como equipamentos e tecnologias que viabilizem o acesso à comunicação, à informação e à educação.



4 - Qual o papel do tradutor e do intérprete de LIBRAS?

Exerce a função de tradutor e interprete de Libras-Língua Portuguesa que é distinta da função de professor docente. Pode ser um profissional ouvinte, de nível superior, com competência e fluência em Libras e realiza a interpretação das duas línguas, de maneira simultânea e consecutiva, e com a provação em exame de proficiência, promovido pelo Ministério da Educação, atuando em instituições de ensino fundamental, ensino médio e de educação superior. Pode também ser um profissional surdo, com competências para realizar a interpretação de línguas de sinais de outros países para a Libras, para atuação em cursos e eventos.



5- Os professores das salas regulares conhecem a LIBRAS?

Pelo que acompanho na rede estadual de ensino, a grande maioria do professores das salas regulares sabem da existência da Libras, mas não conhecem ou tem proficiência em seu uso. Na verdade, conheci apenas uma professora que fez o curso de Libras, através da Secretaria Estadual de Educação. Porém, pelo que percebo, a maioria dos professores não tem interesse em fazer o curso. Muitos não sabem que o curso de Libras é institucionalizado por lei.


6- Fazem uso da LIBRAS com os alunos surdos?

Na escola que trabalho não temos casos de alunos com surdez ou deficiência auditiva. Como a maioria dos professores da rede estadual não está aptos a utilizar a Libras, acredito que muitos dos alunos surdos acabam tendo seu aprendizado comprometido pela dificuldade da comunicação.


7- Nas escolas que têm alunos surdos, as leis estão, de fato, sendo cumpridas?

Não tenho este dado. Fica difícil opinar. Porém, pela pouca divulgação de casos de alunos com surdez e escolas que os acolhem, acredito que as leis estejam sendo cumpridas de forma precária.


8 - Nessas salas existem intérpretes?

Nunca ouvi falar sobre a existência de tradutores de Libras-Língua Portuguesa trabalhando nas salas de aula.


9 – Qual é a situação do aluno com surdez na sala de aula regular?

Acredito que a situação do aluno com surdez nas salas de aula regulares deva ser critica. As escolas públicas carregam uma série de problemas, como salas de aula super lotadas, falta de professores e falta de equipamentos e materiais didáticos. A coisa não deve ser diferente quando se fala em investimentos para os alunos surdos. Por outro lado, sei que o governo do estado de São Paulo investe em material didático com letras ampliadas ou com o uso de Braille, além de cursos de capacitação em Libras para docentes.

27 março 2010

Educação e EJA: O Problema é mais "em baixo"...

Acredito que toda tentativa de erradicar o analfabetismo e de dar oportunidade de continuidade de estudo é válida. Um país que não busca resolver seus problemas com a educação é uma país fadado à estagnação. Claro que estes problemas deveriam ser sanados já no Ensino Básico, preferencialmente quando o aluno está mais próximo da idade/série chamada ideal.

Se o número de analfabetos e de pessoas que não concluíram o Ensino Básico (até o Ensino Médio) é grande, isto significa que existem falhas no sistema educacional que precisam ser consertadas. O ideal seria que as próprias escolas de curso regular abraçassem as causas de tanta evasão escolar e contribuíssem para a sua minimização.

Por outro lado, a gente sabe que os problemas não estão apenas na escola. Como fazer uma criança ter interesse e dedicação pelos estudos se nem o básico para uma vida digna ela possuí? A gente sabe que a grande maioria das crianças evadidas sofre problemas sócio-econômicos terríveis: falta de moradia, desemprego, pais ausentes, fome, doenças físicas e mentais, marginalidade, prostituição infantil, uso de drogas e entorpecentes, entre outros. São dezenas de problemas a serem resolvidos e a educação passa a não ser mais prioridade na vida desses alunos.

As escolas lotadas, com salas de aula abarrotadas, não são capazes de administrar tantos problemas de indisciplina que tais alunos acabam causando. Por sinal, crianças e adolescentes que convivem com tantos problemas sociais e econômicos precisariam de dedicação mais exclusiva. Porém, o que ocorre é o contrário, 40 alunos numa sala de aula. Os professores não dão conta mesmo.

Neste ínterim, surgem as políticas de erradicação do analfabetismo e de retorno à escola por aqueles que pararam de estudar. Vemos casos muito bonitos de pessoas que conseguiram superar as dificuldades que a vida lhe proporcionou e passam, então, a poder usufruir de uma vida letrada. Pessoas que deixaram de estudar para ir trabalhar, que não tinham moradia, que passavam fome e que não puderam desfrutar da escola no momento certo. O retorno dessas pessoas aos estudos causa uma grande satisfação, pois elas voltam com mais vontade, com mais dedicação. Professores se sentem realizados quando encontram alunos-amadurecidos que retornam às carteiras das salas de aula.

Por outro lado, também vemos muitos casos que os problemas persistem, voltando à tona nas EJAs. Alunos que não se deram bem no Ensino Regular, que repetiram de ano inúmeras vezes e que buscam o "supletivo" somente para pegar o diploma. Continuam desinteressados, continuam com dificuldades de aprendizagem, continuam carregando seus problemas e causando dificuldades aos educadores. As EJAs para estes não são oportunidade, mas sim continuação de uma vida de "frustrações educacionais".

Em minha opinião, o ideal seria que os investimentos fossem feitos logo no Ensino Regular (idade/série ideal) e também na qualidade de vida da população mais carente. Ou seja, um ensino público de qualidade junto com ações que melhorassem as condições de moradia, de alimentação, de saúde dessa população mais necessitada. Somente investindo em todos esses aspectos, teríamos condições de evitar a evasão escolar e, assim, os casos de necessidade de EJA seriam menores. Temos excelentes professores que querem muito ensinar e fazer bem o seu serviço. Muitos destes se cansam e se acomodam porque o aluno que vem para a sala de aula traz tantas carências que fica impossível dar uma boa aula. Muitos professores precisam dar conta de educar, ensinar limites, ensinar boas maneiras, ensinar regras de convivência social, ensinar tudo e mais um pouco. Precisam também se responsabilizar pelas carências afetivas, econômicas, sociais e culturais de seu alunado. Além disto, são cobrados pela aprendizagem integral desses alunos com excesso de problemas. Como dar conta de tantos afazeres?

Não é à toa que muitas escolas não agüentam o tranco. Não é à toa que muitos professores ficam doentes. Não é à toa que o Sistema Educacional acaba falindo.

No meu município existem escolas estaduais e municipais que realizam o trabalho de EJA. Existem investimentos sendo feitos. Como em todo o Sistema Educacional no Brasil, muita coisa boa é feita quase por milagre, mas muita coisa ainda precisa melhorar nesta modalidade de ensino. Particularmente, no sistema estadual, da qual faço parte, sei que este ano o governo estadual está investindo em materiais específicos para os alunos e professores de EJA. São os cadernos do aluno e cadernos do professor para cada uma das disciplinas. Os cadernos do professor possuem seqüências didáticas, as chamadas "Situações de Aprendizagem", voltadas para este público específico. Os cadernos do aluno possuem atividades, figuras, textos, exercícios visando estimular e facilitar o processo de aprendizagem dos alunos. Particularmente, acredito que estes materiais vieram contribuir para que os alunos realmente aprendam.

Finalizando, acredito que as EJAs são reflexo de um Sistema Educacional cheio de problemas e que faz parte de um sistema maior que não dá oportunidade de boa qualidade de vida para a maioria. O ideal seria que todos tivessem condições de estudar e aprender no momento mais apropriado, quando não houvesse muita distorção idade/série. Porém, não vai ser de uma hora para outra que todos os problemas econômico-sociais serão resolvidos. Quando bem administrado, um curso de EJA pode cumprir o seu papel educacional de forma satisfatória e certamente, dar um gás a mais na vida de inúmeras pessoas que não tiveram oportunidade anteriormente. Mas a gente sabe que o problema não é somente de educação.

O problema é mais "em baixo".


20 março 2010

O Professor como Agente Desequilibrador

Concordo com a afirmação de que o professor pode ser uma agente desequilibrador que favorece novas adaptações e novas aprendizagens. Para isto, o professor deve partir do conhecimento prévio que os alunos possuem sobre determinado assunto. Uma avaliação diagnóstica ou mesmo sondagens e conversas com os alunos permitem que o professor identifique o estágio atual de conhecimento que os alunos possuem.

A partir desse ponto, o professor pode acrescentar idéias novas, pontos de vistas diferentes, aumentar o grau de dificuldade de um exercício ou mesmo acrescentar um dado novo sobre determinado assunto. Quando isto acontece, o aluno passará por um momento de desequilíbrio, uma vez que algo, até então desconhecido, foi acrescido em seu repertório de informações e conhecimentos. Por conta própria e com o apoio do professor, o aluno poderá então encaixar a nova informação dentro do que já sabe, buscando entender como se da a relação entre o novo e o já conhecido. Neste momento, o professor fará o papel de mediador, facilitando o processo de aquisição do novo conhecimento.

Quando finalmente, o aluno entende o significado da nova informação e, sobretudo, quando é capaz de relacioná-los com os conhecimentos que já possui, a nova informação será transformada em novo conhecimento.

Podemos citar um leque enorme de exemplos a serem utilizados em sala de aula por professores de todas as disciplinas. Em matemática, pode-se ir aumentando as casas decimais nos processos operatórios das contas de divisão. Ou então, em geografia, aumentar a quantidade de dados a serem analisados sobre determinado assunto. Ou ainda, em Ciências, confrontar novos dados obtidos sobre o aquecimento global. Em história, pode-se pedir aos alunos que pensem a colonização no Brasil sob o ponto de vista dos indígenas. Dentro dos ensinamentos da Língua Inglesa, o professor pode ir acrescentando novos vocabulários. E assim por diante.

Em todos os exemplos citados acima, novas informações são colocadas de forma gradual, permitindo que o aluno compare o que já conhece com o que é novidade e assim seja capaz de processar as novas informações, transformando-as em conhecimento. Ou seja, o professor vai acrescentando novos agentes desequilibradores, para que o aluno possa se adaptar ao novo até formar um novo conhecimento.

Seguindo as idéias de Piaget, mediadas pelo texto de Maria Judith Lins, quando o aluno fica em contato com o novo, ele passa a ter a necessidade de compreender essa novidade. No processo de satisfação desta necessidade, o aluno acaba adquirindo o novo conhecimento. Quando a satisfação desta necessidade é realizada de forma plena, pode-se dizer que houve a equilibração na estrutura cognitiva e portanto, o aluno de fato aprendeu algo novo.

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Opinando 1:

Acredito que o amigo B. tocou num ponto importantíssimo. O desvio do foco do que está sendo aprendido. Quando a aula está muito participativa, em alguns casos, novos assuntos são colocados e se o professor deixar correr solto, corre-se o risco de terminar a aula sem concluir o objetivo inicial proposto para a mesma.

Daí a importância do professor ser o orientador das ações de aprendizagem. Ele precisa sempre estar atento para esses momentos em que o objetivo da aula pode fugir do controle e não permitir que isto aconteça. Afinal, se isto acontecer, as aulas deste professor pode se tornar anti-pedagógicas e os alunos que estavam de fato aprendendo se sentirem frustrados.

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Opinando 2:

É verdade C.!

Tive uma professora na faculdade que fazia isto o tempo todo.

Muitas vezes acabava até esquecendo do que estava falando. Pode? (risos).

Ela era uma boa professora porque conseguia despertar o interesse inicial em todos nós. Mas, deixava a desejar no desenrolar da aula porque fugia do foco. Então, a gente começava a se cansar porque queria saber mais sobre o assunto inicial, mas quase nunca conseguiamos chegar às vias de fato.

Depois da aula, a gente procurava as respostas nos textos ou estudando em grupo.

Esta professora era muito querida de todos. Muito simpática. Ela sabia como causar o desequílibrio no início da aula, mas depois, parecia que não nos ajudava a nos equilibrar de novo.
Apesar de que, agora refletindo sobre isto, vejo que poderia até ser uma coisa proposital. Afinal, a gente acabava indo pesquisar o tema e acabava aprendendo de forma, inclusive, autonôma.

Porém, é sempre bom ressaltar que isto acontecia em nível universitário. Quando tratamos do ensino básico, acredito que temos que ser mais cuidadosos.

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Opinando 3:

É isso aí amiguinha R.!

Se deixar o aluno viaja e vai embora. Precisamos mesmo sempre estar trazendo-os de volta ao tema inicial.

Essa viagem, fiquei pensando agora, talvez ocorra porque o aluno começa a comparar o agente desequilibrador (dado novo) com o que já está equilibrado (com o que já conhece). Então ele encontra uma conexão e acaba se esvaindo nas próprias idéias e pensamentos, que podem não ser exatamente o objetivo da aula.

Cabe ao professor perceber isto e dar um susto do tipo Ana Maria Braga: "Acorda menina!!!".
Ou, por outro lado, de repente, um aluno coloca um caminho inesperado que vai de encontro aos objetivos da aula, só que passando por outras idéias, outras situações e, inclusive, mais fácil dos alunos entenderem. Neste caso, o professor segue a voz do Zeca Pagodinho: "Deixa a vida me levar. Vida leva eu". (risos).

Pessoal, hoje é sábado, final de semana, acabei me empolgando.

De qualquer forma, nos dois exemplos acima, percebemos o papel que nós professores continuamos tendo em sala de aula. Somos capazes de perceber quando acontece uma situação ou outra (Ana Maria ou Zeca) e somos capazes de redirecionar a aula.
Somos mesmo imprescindíveis. Vocês não acham?

Abraços ao som do Zeca.

Kkkkkkkk

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Opinando 4:

As colocações do A. e da M. fizeram-me refletir sobre outro dado importante. Em muitos casos e em todas as disciplinas, é sempre preciso retomar conhecimentos já ensinados em momentos anteriores ou até mesmo em anos anteriores.

Quando os alunos relembram alguns conceitos, eles refrescam a sua memória e assim, facilita a compreensão das novas informações. Isto acontece em todas as disciplinas. Muitos professores reclamam que volta e meia precisam retomar alguns conceitos e informações, mas isto faz parte do próprio trabalho docente.

Apesar de que muitas vezes acabo ficando em dúvida. Será que o aluno não aprendeu ou simplesmente esqueceu? Existe tempo suficiente para ficar retomando e retornando a conteúdos antigos? É normal isto acontecer? Afinal, se ele entendeu tão bem um assunto no ano passado, por que será que ele esqueceu? Será que de fato ele não aprendeu?

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Opinando 5:

Adorei as colocações feitas pelo B.

De fato, nós professores, temos o dom de explicar uma mesma coisa de várias maneiras e nem reparamos (MESMO) nisso. Sempre somos capazes de colocar diversos exemplos para garantir que a turma toda realmente entenda o que estamos explicando, para que todos consigam voltar à equilibração diante de um fato novo.

Tenho um amigo que às vezes fala: "Pode parar de explicar!!! Já entendi!!! Não precisa explicar de novo!!! Não precisa dar mais DEZ exemplos porque já entendi desde o primeiro exemplo!!!

Kkkkkkkkk

Eu caio na gargalhada, porque mesmo sem querer a gente acaba explicando, explicando e explicando de novo.

Esse é o "mal" do professor (risos).

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Opinando 6:

Concordo plenamente com vocês duas, A. e M.

Realmente, é muito importante que o aluno seja capaz de "refletir , analisar, reestruturar, modificar", como muito bem disse a A. Melhor ainda quando, eles mesmos são capazes de identificar e propor novas dúvidas e questões, ou seja, "venha até nós com perguntas , com debates, discutindo o porquê, o que é, como faz, se esta certo", como muito bem elencou a M.

Todas essas colocações refletem muito bem as idéias de Piaget sobre a teoria Genética, ajudando-nos a entender o processo de aquisição de novos conhecimentos.

Parabéns pela bela explicação das duas.

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19 março 2010

Tipos de Conhecimento

Conhecimento é o acúmulo de experiências que o homem adquiriu ao longo de sua existência.
  1. Temos o Conhecimento Empírico, também conhecido como popular, que é aquele adquirido por acaso, através das experiências do homem visando a satisfação de uma necessidade;
  2. O Conhecimento Filosófico é adquirido a partir da reflexão do homem sobre a realidade, buscando a verdade das coisas;
  3. Baseado na intuição e na emoção temos o Conhecimento Artístico;
  4. O Conhecimento Religioso é baseado nas doutrinas sagradas vistas como verdades absolutas e aceitas através da fé;
  5. O conhecimento Científico é aquele racional e sistemático tendo origem na observação e experimentação.

17 março 2010

Abordagens de Ensino na Educação da Pessoa com Surdez

ORALISMO
  • - Visa a integração da criança com surdez na comunidade de ouvintes, dando-lhe condições de desenvolver a língua oral;
  • - Concebe a surdez como uma deficiência que deve ser minimizada;
  • - O Oralismo levaria a criança surda a integrar-se na comunidade ouvinte, desenvolvendo sua personalidade como a de alguém que ouve;
  • - O objetivo do Oralismo é fazer a reabilitação da criança surda em direção à normalidade;
  • - Metodologias de oralização: método acupédico, método Perdoncini, método verbo-tonal. Esses métodos defendem a língua oral como única forma desejável de comunicação da pessoa surda, rejeitando qualquer forma de gestualização, especialmente a Língua de Sinais;
  • - Oralismo consiste em fazer com que a criança receba a linguagem oral através da leitura orofacial e amplificação sonora, enquanto se expressa através da fala. Gestos, Língua de Sinais e alfabeto digital são expressamente proibidos.

COMUNICAÇÃO TOTAL
  • - Requer a incorporação de modelos auditivos, manuais e orais para assegurar a comunicação eficaz entre as pessoas com surdez;
  • - Tem como principal preocupação os processos comunicativos entre surdos e surdos, e entre surdos e ouvintes;
  • - O surdo não é visto como alguém que tem uma patologia que precisa ser eliminada, mas sim como uma pessoa, e a surdez como uma marca que repercute nas relações sociais e no desenvolvimento afetivo e cognitivo dessa pessoa;
  • - Defende a utilização de qualquer recurso lingüístico, seja a língua de sinais, a linguagem oral ou códigos manuais, para propiciar a comunicação com as pessoas com surdez;
  • - Os defensores desta filosofia recomendam o uso simultâneo de diferentes códigos;
  • - Tenta evitar que as crianças sofram as conseqüências do isolamento.

BILINGUISMO
  • - Parte do principio que o surdo deve adquirir como sua primeira língua, a língua de sinais com a comunidade surda. Isto facilitaria o desenvolvimento de conceitos e sua relação com o mundo;
  • - Aponta o uso autônomo e não simultâneo da Língua de Sinais que deve ser oferecida à criança surda o mais precocemente possível;
  • - A língua portuguesa é ensinada como segunda língua, na modalidade escrita e, quando possível, na modalidade oral;
  • - A língua de sinais é considerada uma importante via para o desenvolvimento do surdo, em todas as esferas do conhecimento, e, como tal, propicia não apenas a comunicação surdo-surdo, além de desempenhar a importante função de suporte do pensamento e de estimulador do desenvolvimento cognitivo e social;
  • - Os surdos formam uma comunidade, com cultura e língua próprias, tendo assim, uma forma peculiar de pensar e agir que devem ser respeitadas;
  • - Duas vertentes: Uma que defende que a criança com surdez deve adquirir a língua de sinais e a modalidade oral da língua, o mais precocemente possível, separadamente. Posteriormente, a criança deve ser alfabetizada na língua oficial de seu país. Outra vertente acredita que se deve oferecer num primeiro momento apenas a língua de sinais e, num segundo momento, só a modalidade escrita da língua. A língua oral neste caso fica descartada.


Meu posicionamento a respeito das abordagens:

A. Surdo em melhores condições no seu relacionamento com o mundo ouvinte:

Para mim, a abordagem que reúne melhores condições para o relacionamento surdo-ouvinte é a Comunicação Total, pois defende a utilização de qualquer recurso lingüístico pela pessoa surda. Além disso, esta abordagem não vê o surdo como uma pessoa que tenha uma patologia a ser eliminada, mas se preocupa com o desenvolvimento afetivo e cognitivo do mesmo.

B. Surdo em melhores condições no seu relacionamento com os surdos:

Acredito que a abordagem que reúne melhores condições para um relacionamento surdo-surdo é o Bilingüismo. Afinal, nesta abordagem a criança surda aprende com os próprios surdos, facilitando a assimilação de conceitos e sua relação com o mundo. Por outro lado, segundo essa abordagem, os surdos formam uma comunidade, com cultura e língua próprias, tendo assim, uma forma peculiar de pensar e agir que devem ser respeitadas.


14 março 2010

A Construção do Conhecimento segundo Jean Piaget

Concordo com a idéia de Jean Piaget de que o sujeito vai construindo espontaneamente os seus conhecimentos por meio da interação com a realidade que o envolve. A construção do conhecimento pode ocorrer também de maneira direcionada, como ocorrem no formato sistematizado de aprendizagem na maioria das escolas. Porém, sua eficácia dependerá do estágio de amadurecimento do aluno, conforme nos ensina Marcilio Lira de Souza Filho, mestre em Psicologia Cognitiva, o desenvolvimento da inteligência “pode até ser estimulado e acelerado pela educação familiar ou pela escola, mas a dependência dos mecanismos maturacionais é a condição prévia para a eficácia de qualquer aprendizagem” [1].

Para Jean Piaget, a construção do conhecimento se da através de quatro conceitos básicos: o Esquema, que são esquemas mentais que organizam a forma de pensar e agir de uma pessoa; a Assimilação, quando um novo objeto é encaixado no esquema mental de uma pessoa, havendo a ampliação do mesmo; Acomodação, o novo objeto é incorporado aos padrões de comportamento, havendo acomodação e transformação do esquema mental; Equilibração, quando existe a equilibração do esquema mental e o novo objeto foi acomodado e incorporado à forma de pensar e agir da pessoa. Como ressalta Márcia Regina Terra, doutoranda em lingüística, o processo citado “se efetua através de um mecanismo auto-regulatório que consiste no processo de equilibração progressiva do organismo com o meio em que o individuo está inserido” [2].

Seguindo estes conceitos percebemos que eles se ajustam à nossa realidade. Inicialmente temos os nossos esquemas mentais que são o conjunto de todos os conhecimentos que adquirimos ao longo do tempo. Agimos e pensamos conforme estes conhecimentos já adquiridos. Supomos uma pessoa que sabe jogar futebol e vai aprender a jogar basquete. Quando ela aprende este esporte que é novidade para ela, inicialmente há uma assimilação de que neste novo esporte a bola é jogada com as mãos e não mais com os pés. Posteriormente, há a acomodação desta informação mostrando que existem diferentes tipos de bolas e cada qual permite a prática de diferentes esportes, que utilizam membros diferentes do nosso corpo e que possuem cada qual as suas regras. Posteriormente, já em equilibração, a pessoa poderá acessar diferentes conhecimentos, sabendo como e em qual ocasião jogar basquete ou futebol.

É importante ressaltar que Jean Piaget dividiu o desenvolvimento cognitivo da criança e do adolescente em quatro estágios: sensório-motor, pré-operatório, operações concretas e operações formais. Cada qual com suas especificidades e sendo etapas subseqüentes conforme a criança vai crescendo e se desenvolvendo. Aquilo que uma criança ou aluno aprende, depende dos esquemas mentais já construídos anteriormente e que lhe servem de marcos assimiladores. O que um aluno é capaz de aprender depende do que ele já sabe. Se ele é capaz de, nas aulas de matemática, fazer a multiplicação, ele poderá em associação fazer a divisão também. Dividir está atrelado a multiplicar como forma inversa. Claro que vai depender da idade da criança e em qual estágio cognitivo ela se encontrar.

Finalizando, o aprendizado que uma criança adquire se da de forma espontânea e em conformidade com o seu estágio de desenvolvimento. Aprender depende também do estágio de amadurecimento em que se encontra a criança. Conhecendo as idéias de construção do conhecimento propostas por Jean Piaget, professores poderão melhorar a qualidade da aprendizagem de seus alunos.

[1] Relações entre Aprendizagem e Desenvolvimento em Piaget e em Vygotsky. Pag. 4. in: www2.pucpr.br. Acesso em 01/03/2010.
[2] O Desenvolvimento Humano na Teoria de Piaget. In: http://www.unicamp.br/iel/site/alunos/publicacoes/textos/d00005.htm. Acesso em: 02/03/2010.


12 março 2010

Erradicação do Analfabetismo: Por uma sociedade mais produtiva e feliz

Não concordo com a idéia de que o adulto analfabeto já tenha encontrado seu lugar na sociedade e que alfabetizar um adulto não vai mudar sua posição dentro da mesma, pois já estariam no final de sua vida produtiva e dariam pouco retorno social e econômico.

Hoje sabemos que a população está envelhecendo e que, no Brasil, existe um aumento da expectativa de vida. Portanto, o final da vida produtiva esta constantemente sendo postergada. Um adulto analfabeto pode sim ser alfabetizado e ainda sobrar tempo para que conclua seus estudos, chegar a um curso técnico ou faculdade e contribuir produtivamente com a nossa sociedade. E ainda trás consigo uma vantagem, sua já vasta experiência de vida agora enriquecida por superar, mesmo que tardiamente, a etapa da alfabetização.

A alfabetização trás muitos outros benefícios. Sabendo ler, a pessoa ganha um leque enorme de informações através de revistas, jornais, livros e internet, permitindo ampliar seus conhecimentos e reavaliar seus pontos de vista, além de passar a não ser mais refém de quem poderia lhe tirar vantagem sobre um texto escrito. Além disto, a pessoa que escreve, ganha um mundo de participação social, preenchendo formulários, escrevendo cartas e e-mails, incrementando suas possibilidades de se fazer entender.

O adulto alfabetizado passa a se integrar mais fortemente em sua vida cívica, deixando a pecha de um ser marginal. Deixa de lado muitos preconceitos como ser visto como uma “criança grande” que mantém de forma deficiente sua família e sua profissão e que está inadequadamente preparado para exercer a vida adulta, uma vez que agiria de forma egocêntrica como uma criança. A própria sociedade (ou parte dela) vê o analfabeto como um ser incapaz, limitado, que parou no tempo e que não é capaz de exercer plenamente sua cidadania.

Particularmente, não conheço pessoas que sofreram preconceitos ou exclusão por serem analfabetas. Porém, conheço algumas pessoas que estudaram apenas os anos iniciais do ensino fundamental. O que percebo é que estas pessoas possuem maior insegurança no exercício de sua cidadania. Sentem-se inferiorizadas quando diante de uma pessoa mais letrada e que exerce uma profissão dita mais nobre.

Acredito que a Educação de Jovens e Adultos tem um papel fundamental em nossa sociedade, tirar uma vasta parcela de nossa população da marginalidade e possibilitar sua ascensão social e profissional. A alfabetização, mesmo que tardia, eleva a auto-estima da população como um todo, permite uma maior atuação cívica, amplia as possibilidades de gerar conhecimento e passá-las a diante. Tudo isto contribui para que tenhamos uma sociedade mais produtiva e feliz.