08 abril 2011

Teoria e Prática nas aulas de Ciências

Trabalho em uma escola estadual de Santos e posso dizer que as aulas de Ciências mesclam tanto a parte teórica quanto aplicações práticas. Atualmente, com o novo currículo do Estado de São Paulo, muitas situações de aprendizagem práticas foram adicionadas ao conteúdo programático das diversas séries, o que tem resultado em experiências muito interessantes, apesar de que nem todas serem passíveis de realização. Algumas por falta de materiais, outras por falta de espaço adequado.

De qualquer forma, posso citar várias atividades que vem sendo realizadas com os alunos do Ensino Fundamental Ciclo II (que podem ser adaptadas para o Ciclo I), algumas propostas pelo próprio currículo estadual, outras criadas pelas professoras, algumas de vivência prática, outras de elaboração de cartazes para exposição, tais como: elaboração de máquina fotográfica, estetoscópio, bússolas, estudo do meio ambiente escolar, catalogação de plantas do jardim da escola, preparação de pães e bolinhos, maquete do sistema solar, repelente caseiro contra o mosquito da dengue, entre outros.

Dessa forma, professores e alunos vivenciam a Ciência tanto de forma prática quanto de forma teórica. Utilizam-se das apostilas do estado, dos livros didáticos e de diversas atividades como campanha contra a dengue, cartazes explicativos sobre prevenção de DST e gravidez precoce. As aulas são ministradas tanto em sala de aula quanto no laboratório de Ciências da escola, além de outras dependências como as quadras ou o jardim da escola.

Acredito que as atividades práticas levam os alunos a perceber que a Ciência está presente no nosso dia a dia, nas atividades cotidianas e ao mesmo tempo precisa da base científica presente em artigos, livros, jornais e revistas para se embasar. Para os professores, as aulas práticas são muito prazerosas porque possibilitam uma aprendizagem mais significativa e, portanto com melhores resultados.


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Refletindo 1


Na minha escola são realizadas diferentes experiências porque acompanho as aulas das professoras de Ciências. Claro que existem limitações. Como a escola é pública e boa parte dos alunos é de origem carente, muitos deles não têm recursos para comprar todos os materiais necessários. Outros encontram dificuldades até mesmo de pesquisarem e estudarem em casa, pois vivem em sub-habitações.

Por outro lado, existe muitos alunos que se esforçam e com o apoio da família conseguem realizar atividades muito criativas. O Estado, na medida do possível, também fornece parte dos recursos para as atividades. Por sinal, posso dizer que aos poucos a Secretaria da Educação do Estado de São Paulo tem melhorado as condições de ensino não só de Ciências, mas como um todo, graças aos investimentos em estrutura, em apostilas, livros didáticos, entre outros.

Portanto, posso dizer que na prática, nas aulas de Ciências tem se utilizado de experimentos como apoio da aprendizagem.



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Refletindo 2


As escolas precisam de professores dedicados e compromissados. Ah, se todos os professores fossem assim! Sempre falo que ser professor é uma profissão e assim sendo é preciso ser profissional. Não acredito em professores "das horas vagas".

Quando um professor diz: "dou umas aulinhas de vez em quando para ajudar no orçamento", pode-se dizer que suas aulas estão fadadas ao fracasso.



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Refletindo 3


Felizmente, posso dizer que na escola que trabalho existem muitos professores compromissados, tanto em relação ao ensino-aprendizagem dos conteúdos programáticos, quanto em relação à disciplina, regras e combinados. Não são todos, mas boa parte deles o são. Acredito que isto também esteja ligado à forma de gerir a escola.

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Refletindo 4

Acredito que uma "aula agradável unindo a teoria e a prática" como você citou, deve partir da realidade do aluno. Se, como professor, vou dar uma aula sobre preservação ambiental, nada melhor do que começar falando sobre o próprio meio ambiente na qual o aluno mora/vive.

Muitos dos alunos da minha escola moram no Monte Serrat em Santos, portanto nada melhor do que falar sobre os problemas dos morros, as sub-habitações, os deslizamentos de terra. Assim como falar de coisas boas, como a vista privilegiada (porto, praias, centro histórico), o turismo e o Down Hill.

As tecnologias ajudam a tornar as aulas mais interessantes e agradáveis, sobretudo no campo audiovisual. Mas também ajudam como apoio na construção de conhecimento, através de montagem de mini jornais, apresentações, blogs, entre outros.

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Refletindo 5

Realmente, é super importante essa diversificação de atividades, seja em sala de aula, seja no laboratório. Legal saber que você diversifica suas aulas com pesquisas, rodas de debates, leituras e tem o apoio de uma professora específica de Laboratório. Torço para que o Estado invista em um profissional somente para o Laboratório, nem que seja um auxiliar, pois facilitaria a vida dos professores.

Concordo com você, a aprendizagem precisa ser significativa, pois nestes momentos o aluno leva o conhecimento para a vida toda.

Este semestre, apesar da grande quantidade de matérias aqui no curso de Pedagogia, posso dizer que estou adorando. Estamos podendo trocar idéias e experiências a respeito das metodologias de ensino nas diversas disciplinas. É sempre bom saber o que o colega está realizando. Coisas que deram certo, atividades que funcionam. Está valendo muito a pena esta troca de experiências e conhecimentos.

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Refletindo 6

Procure no site da Secretaria da Educação - no link "São Paulo Faz Escola" (www.educacao.sp.gov.br). Muitas das atividades dos "Cadernos do Aluno" estão lá e são fáceis de serem aplicadas/realizadas. Saem trabalhos muito interessantes. Os alunos adoram a máquina fotográfica e o periscópio (9º ano do Ensino Fundamental).

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Refletindo 7

Quando não temos recursos materiais o suficiente, temos que usar a criatividade. Bom conhecer um pouco mais de você e saber que você é uma professora dedicada. Acredito que mais vale um professor dedicado e compromissado do que qualquer parafernália tecnológica de última geração sem uso efetivo.

Por outro lado, posso afirmar que investimentos no setor da educação pública estadual estão sendo realizados. E muitos! Hoje em dia, os alunos recebem Kit de material escolar (cadernos, canetas, lápis de cor, tesoura, régua, mochila, etc.), apostilas das diversas disciplinas (os cadernos do aluno), livros didáticos renovados a cada três anos (tanto no Ensino Fundamental quanto no Ensino Médio e escolhidos pelos próprios professores da casa), verbas para materiais didáticos (compra de papéis, colas, lápis de cor, etc.).

Muitas escolas do Estado já contam com laboratórios de informática, com 10 ou 15 computadores ligados à internet e monitores trabalhando e ganhando auxílio. Para os laboratórios de Ciências, o Estado tem mandado vidrarias e elementos químicos. Livros e mais livros chegam às bibliotecas das escolas, tanto paradidáticos quanto os de literatura, os clássicos e os atuais best-sellers. As escolas contam com retroprojetor, televisão, vídeos, aparelhos de DVDs, data-show e notebook.

Posso dizer que hoje em dia, as escolas do Estado são privilegiadas. Basta querer trabalhar. O grande problema está na existência de muitos funcionários acomodados. Isto existe e muito. Por isto, gosto sempre de frisar professores e funcionários dedicados e compromissados são o maior bem de uma escola.

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Refletindo 8

Acredito que tanto antigamente quanto nos dias de hoje, tudo vai depender da escola e dos professores envolvidos nas aulas de Ciências. Tem escolas que possuem recursos como laboratórios e materiais, outras não. Assim como existem professores bem preparados que trabalham muito bem as atividades práticas e outros, não. Cada caso é um caso.

O que posso dizer é que hoje em dia as escolas particulares e as públicas estão cada vez mais equipadas. Em ambas existe grande investimento. Porém, a qualidade de alguns professores precisa melhorar. Os baixos salários dificultam a formação continuada dos professores. Muitos não têm tempo nem dinheiro para investir em cursos de especialização e pós-graduação, sobretudo na rede pública de ensino.

Quanto a internet, ainda é preciso melhorar muito a formação de professores para que ela seja utilizada como instrumento de ensino-aprendizagem de forma adequada. Existe muita coisa ruim na internet, informações duvidosas. É preciso que o professor saiba orientar os alunos a separar o joio do trigo. Por outro lado, existem ótimas experiências de alunos que usam os instrumentais das novas tecnologias, criando blogs, sites, vídeos, apresentações muito ricas e interessantes.

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Refletindo 9

Realmente, mesmo com pouco recurso é possível elaborar aulas muito interessantes. Veja o caso das aulas de confecção de repelente caseiro para o mosquito da dengue. A professora dividiu a sala em grupos e cada aluno trouxe um ingrediente.

Os alunos aprenderam todo o problema gerado pelo Aedes Aegypti, pesquisaram as formas de transmissão, profilaxia, locais onde estão havendo mais casos de dengue e até a história de como o mosquitinho chegou aqui no Brasil. Elaboraram cartazes, gibis com atividades lúdicas, campanhas contra o mosquito e ainda, de quebra, aprenderam e ensinaram a produzir o repelente caseiro.

As aulas envolveram professores de Ciências, Biologia e Língua Portuguesa e foram muito produtivas.

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