25 abril 2010

Pedagogia da Autonomia - Paulo Freire

Paulo Freire inicia seu livro "Pedagogia da Autonomia" com algumas reflexões sobre a questão da educação. Retoma assuntos já tratados em outros momentos, repensa alguns tópicos que já escreveu anteriormente. Um deles é o fato de acreditar que o ser humano é um ser inconcluso, que está em constante movimento e este é um dos eixos que perpassa em vários momentos nesta importante obra. No primeiro capítulo do livro, intitulado "Não há docência sem discência", Freire afirma que o professor no ato de ensinar também aprende e o aluno no ato de aprender também ensina. Educandos e educadores precisam ser "criadores, instigadores, inquietos, rigorosamente curiosos, humildes e persistentes". O educando precisa ser o sujeito da construção e da reconstrução do conhecimento.

Em "Ensinar não é transferir conhecimento", segundo capítulo do livro, Paulo Freire reflete sobre algumas questões importantes: O respeito à autonomia do educando, o fato do professor não poder ser autoritário demais e nem licencioso demais; A necessidade do uso do bom senso em sala de aula, respeitando a autonomia, a dignidade e a identidade do educando; E a importância do respeito à curiosidade de quem aprende, pois é ela que faz as coisas se movimentarem. A inquietação que leva o educando a buscar respostas e, portanto, aprender.

Finalmente, no último capítulo do livro, "Ensinar é uma especificidade humana", Freire levanta as questões da competência profissional, da segurança no ato de ensinar e da necessidade de se ter generosidade para com o aprendiz. A especificidade do ato de ensinar, como particularidade do ser humano, aparece no momento que a educação é vista como uma forma de "intervenção no mundo". Através da educação podem-se questionar os valores dos grupos dominantes da sociedade e dizer não aos "fatalismos quiestistas". Ao término da leitura do livro de Paulo Freire, pode-se chegar à conclusão de que, por ser inconcluso, o ser humano está em constante movimento. Este movimento se dá através da educação que é estimulada pelo educador, que coloca o educando como ser autônomo, instigando sua curiosidade em busca de aprender com a própria prática e intervindo em sua realidade. O ato de poder intervir em sua realidade que faz o ser humano se tornar ser humano.

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