08 dezembro 2009

Educação no Brasil: Ensino Elitizado e sua Universalização

Em seu artigo “As Origens da Educação no Brasil – Da hegemonia católica às primeiras tentativas de organização do ensino”, Marcos Marques de Oliveira, doutorando em Educação, ensina-nos que a educação no Brasil sempre esteve voltada para o ensino das elites em detrimento da universalização do ensino popular. No período da economia agroexportadora, a educação voltou-se para a formação da elite, visando prepará-los para exercer profissões liberais e atividades político-burocráticas. Na passagem para o modelo econômico urbano-industrial, que culmina com a Revolução de 1930, as classes média e popular passam a reivindicar uma organização de um sistema nacional de ensino.

Desta forma, a escolarização passa a ter destaque na dinâmica dos conflitos sociais. A então progressiva organização da estrutura educacional brasileira passa por três momentos marcantes: expansão da demanda social (Primeira República), as reformas Francisco Campos e Gustavo Capanema e a promulgação da primeira Lei de Diretrizes e Bases da Educação nacional em 1961.

Apesar do incremento da presença das camadas populares dentro da escola nos momentos citados anteriormente, é somente durante a gestão do presidente Fernando Henrique Cardoso, na década de 1990, que o ensino fundamental passa, de fato, a ser estimulado e ampliado. Neste momento que, efetivamente, as camadas mais pobres passam a freqüentar as salas de aula e nelas permanecer. Porém, o grande desafio que permanece até os dias de hoje, além da inclusão das camadas mais pobres nas escolas, está na melhoria da qualidade dos serviços prestados, ou seja, não basta mais que as camadas populares estejam na escola e permaneçam nelas, faz-se necessário agora melhorar a qualidade de ensino e, sobretudo, é preciso que os alunos realmente aprendam. Com a melhoria no quadro sociocultural de nossa população como um todo, poderemos assim construir cada vez mais uma nação mais justa, produtiva e democrática.

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