26 outubro 2009

A Importância de Escrever Bem

Gostaria de iniciar as respostas das questões propostas pela professora, pensando exatamente no contrário, ou seja, pensando nas pessoas que hoje em dia não sabem ler nem escrever. Estas pessoas acabam se tornando limitadas na situações cotidianas. Em alguns casos, precisam acreditar fielmente no que escutam na rádio ou na TV ou, ainda pior, apenas no que os outros dizem para ela. São incapazes de descobrir outros pontos de vista sobre um mesmo assunto, pois não terão oportunidade de ler revistas ou jornais com linhas de pensamentos diferentes. Portanto, acabam se tornando pessoas muito mais manipuláveis e isso é um perigo.

Segundo Paulo Freire, os atos de ler e escrever estão extremamente entrelaçados e, portanto não devem ser separados, como se fossem coisas independentes. Como compartilho desta mesma linha de raciocínio, acredito que as mesmas pessoas citadas no parágrafo anterior se tornam extremamente limitadas para o exercício da cidadania, sobretudo, nos dias atuais onde diversos documentos que servem como provas para diversas situações e assuntos são utilizados corriqueiramente. Essas pessoas se tornam extremamente dependentes de outras e, portanto, acabam dependendo de vontades alheias à elas. Dessa forma, saber escrever bem é pré-requisito hoje em dia, para o efetivo uso da cidadania. Para termos cidadãos menos manipuláveis, mais críticos e antenados com a realidade atual, é de fato necessário que as pessoas desenvolvam muito bem suas competências leitora e escritora.

Agora, no mês de novembro que se aproxima, os alunos da rede estadual de ensino estarão realizando uma avaliação denominada Saresp, onde dentre outras provas, os alunos farão uma redação. Para a correção desta prova, os professores levarão em conta dois itens muito importantes: a gramática e a coesão/coerência. Dentro do sistema estadual de ensino do estado de São Paulo, tanto gramática quanto coesão/coerência são consideradas habilidades importantes para uma boa redação. Ou seja, para saber se expressar bem são necessários tanto dominar bem as normas gramaticais vigentes quanto ter coesão/coerência com aquilo que se está escrevendo.

Utilizar bem as normas gramaticais é importante para poder expressar de forma escrita exatamente aquilo que se pensa, aquilo que se quer dizer. O mau uso das normas gramaticais pode levar a quem escreve, afirmar coisas que não eram exatamente o que pensam, ou até mesmo, dizer o contrário do que queriam dizer. Da mesma forma, ter coerência e coesão com o que se escreve, são habilidades obrigatórias para se expressar bem, não fugindo do assunto e não correr o risco de falar, falar e falar e não dizer nada.

Para escrever realmente bem, é necessário que as pessoas conheçam os diferentes tipos de gêneros textuais existentes. Cada situação requer um formato de escrita. Uma carta pessoal é diferente de um artigo de opinião. Escrever instruções técnicas para o uso de um aparelho eletrônico é diferente de escrever um texto argumentativo numa seção de uma revista. Portanto, hoje em dia, é de suma importância que as pessoas conheçam os diferentes gêneros textuais para saber qual utilizar conforme a situação que lhe aparece.

Finalizando, podemos concluir que escrever bem não é um ato simples hoje em dia. Requer domínio das normas gramaticais, precisa ter coerência/coesão naquilo que se escreve e é necessário que se escreva num formato apropriado (gênero textual). Não é à toa que levamos, pelo menos, 12 anos para concluir o Ensino Básico, desde o primeiro ano do Ensino Fundamental até 3º ano do Ensino Médio, aprendendo desde as primeiras letras até escrever um texto argumentativo com proposição.

25 outubro 2009

Ética: Virtude de uma Comunidade Escolar Feliz


Progressão Continuada, falta de tempo para os pais acompanharem o rendimento dos seus filhos e professores que trabalham nos três turnos para garantir o sustento de suas famílias são problemas comuns à carreira da maioria dos profissionais docentes. Conjugados, esses problemas desencadeiam uma série de tomadas de decisões no dia a dia do professor que desgastados ou sob pressão de interesses sejam políticos ou econômicos acabam abrindo espaço para a postura não ética no cotidiano escolar.

Podemos definir ética como uma reflexão sobre a moral e os bons costumes, que busca numa situação limite a justiça e a harmonia entre os homens. Moral, por sua vez, pode ser considerada uma série de normas de conduta que, de forma prescritiva, dita o comportamento do homem em relação aos seus costumes, hábitos e usos. No cotidiano escolar, assim como na convivência social como um todo, as pessoas estão sujeitas às regras morais do grupo que pertencem, porém com tantos problemas que envolvem a carreira docente e a falta de tempo para uma reflexão mais atenta destes problemas, os profissionais da educação correm o risco de dar créditos à falta de ética na resolução dos problemas escolares cotidianos.

Vejamos algumas situações práticas: passar ou não passar de ano um aluno que não fez nada o ano inteiro, apenas brincou e causou uma série de problemas disciplinares, atrapalhando, inclusive, o próprio desempenho de seus colegas? Deve-se seguir, puramente, o sistema da progressão continuada neste caso, levando se em consideração que tal sistema é ditado por uma instância superior no caso da rede pública estadual de ensino do Estado de São Paulo e correr o risco deste mesmo aluno vir ainda pior no ano seguinte? Este mesmo aluno merece estar na série subseqüente, mesmo que sua família não se importe com seus rendimentos escolares, não acompanhe as reuniões de pais e não resolva ou não tenta resolver os problemas que lhe são particulares? O professor, desgastado profissionalmente e trabalhando muitas vezes em até três turnos, precisará “engolir” este mesmo aluno na turma do ano posterior, sentindo-se cada vez menos valorizado quanto profissional que o é?

Responder essas questões, de forma clara e reflexiva, é fundamental para que o trabalho docente continue sendo realizado de forma ética, levando-se em consideração os anseios da comunidade da qual este profissional faz parte. O professor, antes de tudo, deve ser sempre um profissional crítico e reflexivo, que busque entender as demandas sociais, políticas e econômicas de sua época e contribuir para construir uma sociedade mais justa. Claro que deve pensar em seus interesses pessoais, mas deve também pensar nos interesses de seu seguimento profissional e, sobretudo, nos interesses da comunidade escolar da qual faz parte. Entendendo estas diversas escalas da qual faz parte e refletindo de forma ética poderá encontrar soluções em conjunto com os outros professores e gestores da escola e assim conseguir um dia a dia mais harmônico em sua escola.

Sabemos que existe toda uma racionalidade burocrática por detrás do trabalho que o professor exerce, porém, agindo de forma ética e levando-se em consideração as reais necessidades da comunidade escolar da qual faz parte, o professor poderá encontrar soluções para boa parte dos problemas que cercam o fazer docente. Desta forma, tomando decisões assertivas, contribuirá para tornar a comunidade escolar, da qual faz parte, mais feliz. Existindo prazer e felicidade certamente a ética estará presente dentro do grupo da qual faz parte.

01 outubro 2009

O Processo de Evolução das Palavras

Segundo Aldo Bizzocchi, doutor em lingüística, a evolução das palavras pode acontecer por uma série de fatores, tais como: a inovação lingüística, também chamada de mutação; o principio da analogia; o processo de seleção cultural (inovação que é aceita ou não); a deriva lingüística (agente externo muda arbitrariamente o sentindo da palavra, como os falantes de prestigio) e, finalmente, a difusão das novas formas, podendo ser cultural (contágio entre populações vizinhas) ou dêmica (falantes que migram para diferentes regiões lingüísticas).

O professor de Língua Portuguesa, Hélio Consolaro, em seu site “Por trás das letras” nos explica que as palavras da língua portuguesa possuem diversas origens: do latim vulgar (latim levado pelos soldados romanos às terras conquistadas, como: barro, louça, mantega); do latim escrito usado pela igreja católica (palavras eruditas: lácteo, fascículo, celeste); de outras línguas, quase sempre neolatinas (como amistoso que está ligada à palavra em castelhano amistad); das invasões estrangeiras na Península Ibérica – visigodos no século V (bando, guerra, trégua) e árabes entre os séculos VII e XV (alface, cifra, faquir); do processo de imigração para o Brasil – negros (acarajé, dengue), italianos, japoneses, entre outros; e da influencia cultural francesa sobre a intelectualidade brasileira (omelete, tricô, chique).

Em seu site, Consolaro cita a evolução de algumas palavras, a partir dos estudos de Adriano da Gama Kury, livre docente da Universidade Federal Fluminense. Dentre elas, podemos citar a palavra “libertino”, que significava, num primeiro momento, “filho de escravo liberto” e que, com o tempo, passou a ter sentido de “libertados dos preceitos da moral e da religião” ou, por conseguinte, “devasso, imoral, despudorado, dissoluto”.

Outra palavra cunhada por Kury e citada por Consolaro é “vilão”. A princípio esta palavra designava “o aldeão, o habitante da vila”. Posteriormente passou a significar “homem grosseiro, perverso, infame”. Kury explica que essa transformação deu-se possivelmente por associação à palavra “vil” e nos esclarece que sob a visão dos “aristocratas, dos nobres, dos homens da cidade”, os homens da vila, da aldeia, do campo são “grosseiros, capazes de praticar ações vis”.

Dessa forma pode-se entender o porquê das palavras mudarem de significado ao longo do tempo. Muitas vezes a origem da palavra é uma, porém o seu uso cotidiano pode levá-lo a uma transformação, ganhando significados diferentes do seu termo original. Palavras como “vilão” e “libertino” que simplesmente designavam algumas características de certas pessoas, hoje possuem sentidos totalmente diferente, pejorativos.


Fontes:

http://www.portrasdasletras.com.br/pdtl2/sub.php?op=curiosidades/docs/origemdaspalavras - Acesso em 03/10/2009.

http://revistalingua.uol.com.br/textos.asp?codigo=11466 – Acesso em 03/10/2009.