12 março 2010

Erradicação do Analfabetismo: Por uma sociedade mais produtiva e feliz

Não concordo com a idéia de que o adulto analfabeto já tenha encontrado seu lugar na sociedade e que alfabetizar um adulto não vai mudar sua posição dentro da mesma, pois já estariam no final de sua vida produtiva e dariam pouco retorno social e econômico.

Hoje sabemos que a população está envelhecendo e que, no Brasil, existe um aumento da expectativa de vida. Portanto, o final da vida produtiva esta constantemente sendo postergada. Um adulto analfabeto pode sim ser alfabetizado e ainda sobrar tempo para que conclua seus estudos, chegar a um curso técnico ou faculdade e contribuir produtivamente com a nossa sociedade. E ainda trás consigo uma vantagem, sua já vasta experiência de vida agora enriquecida por superar, mesmo que tardiamente, a etapa da alfabetização.

A alfabetização trás muitos outros benefícios. Sabendo ler, a pessoa ganha um leque enorme de informações através de revistas, jornais, livros e internet, permitindo ampliar seus conhecimentos e reavaliar seus pontos de vista, além de passar a não ser mais refém de quem poderia lhe tirar vantagem sobre um texto escrito. Além disto, a pessoa que escreve, ganha um mundo de participação social, preenchendo formulários, escrevendo cartas e e-mails, incrementando suas possibilidades de se fazer entender.

O adulto alfabetizado passa a se integrar mais fortemente em sua vida cívica, deixando a pecha de um ser marginal. Deixa de lado muitos preconceitos como ser visto como uma “criança grande” que mantém de forma deficiente sua família e sua profissão e que está inadequadamente preparado para exercer a vida adulta, uma vez que agiria de forma egocêntrica como uma criança. A própria sociedade (ou parte dela) vê o analfabeto como um ser incapaz, limitado, que parou no tempo e que não é capaz de exercer plenamente sua cidadania.

Particularmente, não conheço pessoas que sofreram preconceitos ou exclusão por serem analfabetas. Porém, conheço algumas pessoas que estudaram apenas os anos iniciais do ensino fundamental. O que percebo é que estas pessoas possuem maior insegurança no exercício de sua cidadania. Sentem-se inferiorizadas quando diante de uma pessoa mais letrada e que exerce uma profissão dita mais nobre.

Acredito que a Educação de Jovens e Adultos tem um papel fundamental em nossa sociedade, tirar uma vasta parcela de nossa população da marginalidade e possibilitar sua ascensão social e profissional. A alfabetização, mesmo que tardia, eleva a auto-estima da população como um todo, permite uma maior atuação cívica, amplia as possibilidades de gerar conhecimento e passá-las a diante. Tudo isto contribui para que tenhamos uma sociedade mais produtiva e feliz.

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